segunda-feira, 31 de março de 2008

sexta-feira, 21 de março de 2008

Dúvidas

Desde sempre fui habituado a ter a dúvida da certeza.
Ninguém me habituou a tal, bem pelo contrário, olhando em volta seria lógico que eu não pensasse assim, mas eu mesmo me incuti o direito (aliás, o dever) de duvidar das certezas. Ainda hoje vivo assim, duvido de quase todas as certezas e ponho sempre obstáculos mentais em tudo, assim até quando conseguimos algo nos sabe melhor. No entanto, há certas situações em que a minha dúvida quanto às certezas se dissipa. Quando a confiança cega intervém eu sinto-me impotente perante as mãos controladoras de outras pessoas. Esse é o meu lado "disfarçado". E digo "disfarçado" porque esse lado está mais do que à vista de tudo e todos, para (quem sabe...) infelicidade minha. Eu tenho portanto, a dúvida da certeza. É algo meu, uma característica, que apesar de por vezes não se fazer sentir, faz parte de mim. Não é que goste ou deixe de gostar dela, mas podia ser pior. Para além da dúvida da certeza há outras coisas piores. Prefiro ficar com a minha dúvida da certeza do que trocá-la pela certeza da dúvida, que parece querer tornar-se parte de mim, cada vez mais. A certeza da dúvida é má. Muito má. Esta diz-nos muito simplesmente isto: "Tu duvidas!", e está feito. Eu duvido, tu duvidas, ele duvida, nós duvidamos...a certeza da dúvida é a angústia de termos a certeza de algo e mesmo assim duvidarmos disso mesmo. É complicado fazer os outros perceber, porque, raios...é complicado fazer-nos a nós perceber o que nos passa pela nossa própria cabeça. A certeza da dúvida tem andado a rondar-me. Eu resisto o mais que posso, tento ser a dúvida da certeza que dá sentido à expressão "Carpe Diem" e me faz viver despreocupadamente, porque nenhum de nós é omnisciente. Tento ser a luz que guia aqueles para quem a certeza da dúvida é uma constante. Mas ao falhar e reconhecê-lo, encho-me de dúvidas que me fazem cair para o lado da certeza da dúvida... Estou a cair, agarras-me? Conto contigo...


O texto é capaz de não fazer grande sentido. A minha cabeça não faz muito sentido neste momento, por isso talvez seja por aí a explicação.

"Overthinking, overanalysing, separates the body from the mind.
Withering my intuition, leaving opportunities behind..."

sexta-feira, 14 de março de 2008

(Mais do que) "Palavras...II"

No post "Palavras..." falei sobre o mau uso do verbo "amar" por parte da maior parte de nós. Pois bem, a evolução é algo espantoso e aquilo em que eu acreditava piamente ontem pode ter passado a ser não mais que a certeza da sua inexistência. Não foi o caso. Não me interpretem mal, a minha opinião sobre o assunto mudou, mas ter a certeza da inexistência é algo simplesmente absurdo. No post "Palavras...", expressei o meu ponto de vista de que mais de metade das pessoas que usam o verbo amar deviam ser proibidas de o fazer, por não sentirem de facto aquilo que estão a dizer. No entanto, depois de uma breve discussão com alguém sobre o este mesmo assunto, cheguei a conclusões diferentes. À bocado escrevi que "ter a certeza da inexistência é algo absurdo", como tal, ter a certeza da existência de algo é igualmente absurdo. Isto acrescenta um novo ponto à discussão: não se pode ter a certeza de que amamos alguém. Isto pode parecer (e é-o um pouco) paradoxal em relação àquilo que escrevi no primeiro post, mas basicamente, o que quero dizer é o seguinte: amar não é uma característica de um indivíduo, é antes um estado. Tal como a minha opinião, aquilo que eu amo hoje, posso vir a detestar amanhã (é claro que há probabilidades envolvidas no meio de tudo isto, mas nunca são de 100%
). Outra coisa que reparei, já sozinho, foi que palavras não são mais do que meras representações imperfeitas daquilo que queremos exprimir. Apesar de termos à nossa disposição um infindável leque lexical, nunca conseguiremos cobrir todos os casos possíveis e imagináveis aplicáveis a cada indivíduo, a cada caso, a cada situação (but then again...voltamos à conversa de ser impossível afirmar o impossível [outro paradoxo...que belo que está a ficar este post -.-'], "só sei que nada sei"), o que faz com que a própria palavra amor tenha inúmeros sentidos. O sentido que atribuímos na maioria dos casos à palavra amor é um sentido demasiado utópico para nosso próprio bem. Neste sentido, uma pessoa que ama outra fá-lo incondicionalmente tendo em conta alguns critérios que podem variar de pessoa para pessoa (este tipo de amor passará a ser tratado por Amor, com A). Primeiro problema que nos é colocado: é impossível afirmar a certeza ou a impossibilidade de algo, logo, cortemos desde logo a palavra "incondicionalmente" da nossa definição do verbo amar. O segundo problema com que nos deparamos é: qual a extensão dos ditos critérios variáveis? Por exemplo, eu gosto do cão do vizinho porque corre bastante rápido. Será que o amo? Eu diria que não, mas quem sabe.... Ora, tendo tudo isto em conta, se se gostar de alguém, mesmo sem sendo o já referido amor utópico que todos insistimos em utilizar como 'O Amor', poderá ser legítimo dizer-se que se ama esse alguém, porque se gosta de muitas das características dessa pessoa. Talvez se dê o caso de que o aspecto não faça com que o dito Amor desperte, mas o amor está lá na mesma. Talvez seja o contrário, a admiração da beleza é de certo uma forma de amor, ainda que muitas vezes o resto das características do indivíduo nos impeçam de Amar, o que não significa que nos impede de amar.

De qualquer maneira, como já disse, as palavras são só palavras, e muitas vezes, para demonstrar Amor (que não existe na verdade, apenas existem simulacros bastante bons dele) valem tanto como nada. Não que não sejam importantes, mas não são o mais importante. Uma vez alguém me disse que conhecia quem se tivesse casado com outra pessoa mesmo sem a amar, porque essa pessoa lhe dava confiança, protecção, carinho, amizade, e porque não, Amor. Mas ao dizer isso, quem disse que se tinha casado sem amar estava errado. Podia não Amar, mas o amor estava presente, e a prova disso é tudo aquilo que foi dito (confiança, protecção, carinho, amizade, (A)amor). O que significa que as palavras enganam, e que muitas vezes é preciso confiarmos mais nos gestos e acções. Ao lembrar-me disto, e para terminar o post da melhor maneira (com música) lembrei-me também de uma música que não ouvia à imenso tempo: "More Than Words" dos Extreme. Termino então com a música e um excerto da letra.
Obrigado pela paciência (se a tiveram). Este é capaz de ter sido o texto mais lamechas que já alguma vez escrevi, se bem que gostei de o fazer. Algo preocupante, diria. Ou talvez não tanto...

Extreme - More Than Words

"Now I've tried to talk to you and make you understand
All you have to do is close your eyes
And just reach out your hands and touch me
Hold me close don't ever let me go
More than words is all I ever needed you to show
Then you wouldn't have to say that you love me
'Cause I already know"

Thanks for showing, thanks for saying, thanks for being...thank you!



PS.: Ao longo do post aparecem (excluindo esta frase) 25 referências ao amor, tanto na forma de substantivo (amor) como em verbo (amar). Não pensem muito nisto a não ser que achem mesmo que o devem fazer. Até depois...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Vicarious

Quero viver.
Quero uma vida como todos os outros.
Quero deixar de ser os outros e passar a ser eu!
EU!
Eu é que me devia importar a mim...mas porque não consigo!?
Será que tiro prazer do prazer dos outros?
Será que o meu próprio prazer não me chega?

E no fim...o que ganho com isso?

Antes de aprender a amar o próximo, devíamos aprender a amar-nos a nós mesmos...
Mas, para quê tanta conversa? Sou um imbecil incurável. Nasci assim, vou morrer assim.
Estou condenado.

Pois bem, eu estou "vivo" enquanto alguém viver, por isso aproveitem, só vivo uma vez na mesma...


(I wish it was another vicarious point of view...
I need to watch things live!)