domingo, 4 de dezembro de 2011

Para quê? (desculpa)

Mas afinal o que queres tu?

Não abres os olhos?

Não vês que deixei tudo por ti, por nós?

Que deixei uma vida, uma casa, e tanta, tanta, tanta (quantas vezes for preciso escrever TANTA) gente por ti?

Que deixei todos os pedaços de mim em cada esquina, para que outros ficassem com eles?

Que deixei o tempo voar sobre nós enquanto o mundo lá fora apodrecia à minha espera?

O que será preciso para que percebas que não consigo dar-te o que queres por já te ter dado tudo o que tinha?

O que é preciso para que percebas que só não te dei a morte como homenagem porque não podia?

Quando abrirás os olhos para ver que sacrifiquei tudo e todos em teu nome?

E para quê? Para quê?

Será que nunca te passou pela cabeça a forma como defendo o teu forte de tão fortes invasões?

Será que nunca pensaste que o ódio que sentes na pele não te mata porque sou eu que levo a bala? Que levo a estucada, TODOS os dias?

Será que não percebes que vives a vida que vives com quem e como vives porque eu vivo a vida que vivo amargurado e sem ninguém?

Não percebes que as lágrimas que caem de ambos os olhos não choram só por ti?

Não percebes que não resta nada à nossa frente por teres eliminado tudo o que restava atrás de nós?

Desculpa. A sério, desculpa! Mas não consigo mais pensar por dois, desculpar-me por dois, amar e perdoar por dois.

É demasiado para mim.

Já não tenho estômago para tanto murro nem cara para tanta saliva.

Desculpa, mas é a última vez que te peço desculpa.


04/12/2011
Assim termina este blog, com uma lápide em cima, cravada com suor e dor. Sem cor, gosto ou figura.

Termina com um fantasma, e como um fantasma.

Todos os textos que aqui estão, salvo raras excepções, foram palavras deitadas ao lixo.

Termino assim, com um grito. Não pede ajuda ou compreensão, é simplesmente um grito.
Agora está cá fora! Quem quiser que oiça estas coisas...

Enfim, são coisas que nem a mim interessam.

R.I.P.




fim