domingo, 10 de agosto de 2008

O último post no Esgoto Citadino foi tirado de papeis que encontrei no meu quarto. Aqui vai mais um:


A nossa vida dá voltas e voltas, e aquilo que ontem era certo e sabido, hoje é a certeza da dúvida, que paira ameaçadoramente sobre as nossas cabeças. Há decisões a serem tomadas, e daí nasce o dilema. Ficar, e ver partir os navios que partem à aventura? Carregados sabe-se lá com que riquezas e tesouros...que nunca poderão ser meus. Ou partir num deles e desbravar os mares, à descoberta de um novo mundo, correndo assim o risco de não encontrar nada na outra margem? É certo que os navios novos nos parecem sempre melhores, e muitas das vezes não o são. Mas se o meu porto ataca os navios, não será ele um mau porto? "Mas faz isso para me proteger..." Não me interessa. Não me agrada! Este porto já esteve mais bem cuidado...e começo a despegar-me dele. Talvez...talvez parta mesmo à descoberta e encontre aquilo que procuro. E deixo para trás o porto amigo e querido, que espero, não desabará...


algures durante 2007
Ricardo Nogueira

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Filho da Vida


Um mundo novo, fresco e saudável germina

Sem vestígio de criaturas, sem vestígios de vida.
Mas ela logo rompe e se perde sozinha.
Passeia por esse mundo e nele predomina.

Da vida, que nasceu do mundo, é a besta vinda:
O Homem, que destrói e aniquila,
Mata e rouba a vida, do mundo filha.
E mata-se a si próprio matando a vida.
(Matando tudo consigo...e termina!)

E o Homem fica, com mundo, mas sem vida.
Sem coração, sangue ou pensamento, caminha
Sobre o mundo: esfera destruída,
Já quase por ele esquecida.

Que estúpido é o filho da vida
Que matou a mãe, de quem vinha.
Criatura que caminha abatida
É este Homem que agora finda...

Está quase!
Está quase...


10 de Novembro de 2007
Ricardo Nogueira



Chamem-me doido, continuo a gostar dele...